Em 2009, quando completou 115 anos, Doralina virou notícia em vários veículos de comunicação, entre jornais, emissoras de TV e rádio. Teve bolo e muita comemoração, inclusive ganhando uma camiseta do Grêmio, seu time do coração, do Consulado local. Mas como a festa deixou Vó Dora agitada, desde então, as comemorações passaram a ser mais modestas, reunindo alguns familiares e amigos próximos.
Em 22 de janeiro deste ano, dona Doralina ainda concedeu entrevista. Pediu um bolinho de aniversário e lembrou dos nove filhos (quatro já falecidos), netos, bisnetos e tataranetos. Lembrou da infância em Beija-Flor, localidade do interior de Estrela, onde nasceu e trabalhava na agricultura. Estava mais animada do que nos últimos anos. Sorrindo, chegou a lembrar dos bailes em que dançava e era disputada pelos rapazes. E pediu a música "Tropeiro Velho", de Teixeirinha, seu cantor preferido, para ser tocada na Rádio América, emissora que escutava diariamente e onde foi novamente homenageada com o "Parabéns a você".
Doralina morava há mais de 50 anos em Montenegro. Conforme a Wikipédia, a enciclopédia da internet, figurava na lista dos supercentenários mais velhos do mundo. Na sua carteira de identidade, consta a data de nascimento: 22 de janeiro de 1894.
A despedida
Nos últimos dias, Vó Doralina estava mais fraca e cansada. Variava bastante, chorando quando lembrava da morte de familiares.
Na noite do último domingo, 7 de abril, por volta de 21 horas, o coração de dona Doralina parou de bater. Foi uma despedida tranquila, de uma guerreira que foi exemplo pela sua longevidade. O sepultamento ocorreu no final da tarde de segunda-feira, no cemitério de Montenegro, com o acompanhamento de familiares e amigos.
Em janeiro do próximo ano, lamentavelmente não estaremos noticiando os 120 anos de dona Doralina. Mas ficará a lembrança da montenegrina centenária que sempre recebia a todos com um simpático sorriso.
Guilherme Baptista - Jornalista
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